quarta-feira, 15 de março de 2017

"de hoje a oito"

Dia dela, corpo ferve; casa aprisiona e sou desejo de rua imunda de gente. Toda quarta-vermelha sou fome desembestada: boca sedenta. Tenho pelos eriçados e mão sinuosa acariciando vulva macia e quente. Semana rasgada ao meio, só resta sentido em me deixar guiar pelos ventos de Oyá. Bicos de peitos. Olhos vidrados. E assim, noite-dia, corre solto riacho que sou entre pernas. É que quarta-feira bate forte feito baque de trovão em mim. Nela, viro assombro: vejo raio e vou me banhar de chuva no mar. Dançar na tempestade. Dançar a tempestade. Ser a tempestade. Fechar os olhos e  ser poder: ser prazer. Gozar junto e deixar ser sem medo qualquer.



(...)
Se assim não for, enlouqueço.

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