sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Morada

Minha mãe mora em mim.

Fora, a mulher que vejo e nomeio,
é ledo engano, estranho desejo de mãe
não aqui, mas fora de mim.

Desespero, meu ensejo e espelho.

Nela, só outra mulher
com a mãe dentro de si.

Ela: esta existência que me afeta.
Mãe: catado confuso de encantos, dores e medos que tenho dela quimera em mim.

Latência:
sopros: sentidos:
pântano encruado:

o excesso de ter sido mesmo corpo
e a ausência desse corpo que, um dia, me envolveu de toda falta e todo zelo.



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