Dia
dela, corpo ferve; casa aprisiona e sou desejo de rua imunda de gente. Toda
quarta-vermelha sou fome desembestada: boca sedenta. Tenho pelos eriçados e mão
sinuosa acariciando vulva macia e quente. Semana rasgada ao meio, só resta
sentido em me deixar guiar pelos ventos de Oyá. Bicos de peitos. Olhos
vidrados. E assim, noite-dia, corre solto riacho que sou entre pernas. É que quarta-feira
bate forte feito baque de trovão em mim. Nela, viro assombro: vejo raio e vou me
banhar de chuva no mar. Dançar na tempestade. Dançar a tempestade. Ser a tempestade. Fechar
os olhos e ser poder: ser prazer. Gozar junto e
deixar ser sem medo qualquer.
(...)
Se assim não for, enlouqueço.